sábado, 21 de agosto de 2010

William Harvey demonstrando a circulação sanguínea ao rei Carlos I, da Inglaterra / Robert Hannah

"Sou obrigado a concluir que o sangue percorre sem cessar um circuito circular, que é função do coração propeli-lo através da pulsação, e que é esta a única razão para que o coração pulse." William Harvey

O medico britânico William Harvey (1578 – 1657) estudou na Itália, mais precisamente na cidade de Pádua, que à época abrigava a maior escola de anatomia do mundo. Durante seus estudos no exterior, ele descobre que o sangue sai do coração e segue através de um sistema de vasos fechados até a periferia do corpo e de lá retorna ao coração. Entende o médico que o coração, órgão que, acreditava-se ser a sede do amor e do afeto, é na verdade a bomba motora do sangue. William Harvey, descobre, assim, a circulação sanguínea. Ao regressar a Londres, Harvey é recebido em palácio pelo rei Carlos I.

Robert Hannah registrou esse momento no quadro intitulado: William Harvey demonstrando a circulação sanguínea ao rei Carlos I, da Inglaterra:


Na pintura, vamos o médico, com orgulho de súdito, segurando em sua mão esquerda um coração aberto e explicando ao rei como o sangue se movimenta através das quatro cavidades. Ao lado de Harvey está presente uma criança que, com ar admirado, não percebe que está presenciando uma das cenas mais marcantes da história da Medicina. O príncipe, que calado a tudo assistia, ao crescer não quis ser médico, apesar de ter sido testemunha ocular de um evento histórico. Preferiu ser advogado, tendo se destacado na história do Direito ao instituir no mundo jurídico o instrumento do habeas corpus. Após ser coroado rei, escolheu ser chamado de James II.

Na Literatura: Em 1628 William Harvey publicou sua obra clássica: Exercitatio anatômica de motu cordis et sanguinis in animalibus, livro em que explica como o sangue flui do ventrículo esquerdo do coração para a aorta, sendo, então, distribuído para todas as partes do corpo; o sangue venoso é transportado pelas veias para o ventrículo direito, e da artéria pulmonar para os pulmões, onde novamente se transforma em sangue arterial. Após passar pelas veias pulmonares, o sangue chega à aurícula esquerda e dali volta para o ventrículo esquerdo.

Outra excelente obra de Harvey foi publicada em 1651, De generatione animalium é de vital importância na história da embriologia, pois contém a teoria da “epigênese” segundo a qual o organismo não existe como uma entidade diminuta dentro do óvulo, mas se desenvolve gradualmente.

Harvey morreu em 1657, deixando para posteridade a marca de seu trabalho.

REFERÊNCIAS:
BEZERRA, Armando "Admirável mundo médico: a arte na história da medicina" - Brasília, 2002
MARGOTTA, Roberto "História Ilustrada da Medicina" Editora Manole - São Paulo, 1998

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